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ESTRATÉGIA DE DEFESA DA UNIÃO EUROPEIA É “COMPLETAMENTE ULTRAPASSADA”

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O Ministro da Defesa começou por contextualizar o panorama da estratégia de defesa e da segurança europeia, afirmando que depois da II Guerra Mundial o Ocidente se apoiava nos Estados Unidos através da NATO. Deste modo, referiu que os desafios que encaramos hoje em dia são totalmente diferentes do passado. Se antigamente se falava no Iraque, do Kosovo e Al-Qaeda, hoje em dia fala-se do Leste, de ameaças difusas e híbridas, que não temos capacidade para enfrentar. Concluiu assim que a estratégia de defesa em vigor está “completamente ultrapassada”.

Azeredo Lopes prosseguiu dizendo que “não é possível obter uma europa segura sem que se pense numa estratégia de segurança”, sustentando esta afirmação com a recordação dos atendados de Paris e de Bruxelas, levados a cabo pelo DAESH. Sublinhou que o autoproclamado Estado Islâmico pode ser uma ameaça na medida em que possui capacidade de projeção transnacional já provada.

Neste seguimento, o ministro salvaguardou o facto de ser necessário uma nova estratégia global de política externa e segurança para a União Europeia, de preferência “em comunicação com a NATO”.

Houve ainda tempo para o moderador e o público colocarem algumas questões a Azeredo Lopes. Quando questionado pelo moderador acerca do DAESH, o Ministro afirmou que “o que há de mais revolucionário no DAESH é o seu classicismo, já que percebeu que para ser um “Al-Qaeda Plus” tinha que ter o melhor dos dois mundos: ter a capacidade de destruição e violência que já associávamos a estas estruturas, mas também, do ponto de vista da atração, recorrer a um modelo mais tradicional. É de referir, que nessa perspetiva, a definição do califado como referência territorial é muito importante.”

O orador caracterizou ainda a estrutura comunicacional do DAESH como “brilhante”, uma vez que conseguem ter órgãos de comunicação social a transmitir propaganda nas suas agências de informação.

De seguida, questionado pelo público acerca do papel de cada cidadão para se defender de eventuais ataques, o Professor Azeredo Lopes rematou de forma muita sucinta, dizendo “Vivam normalmente. A melhor coisa que podemos fazer é não alterar os nossos padrões de vida normal.”

O Ministro da Defesa Nacional respondeu também a uma pergunta do JUP, que se focou no terrorismo, tema principal da conferência.

Em que medida a União Europeia poderá impedir o financiamento do DAESH?

“A questão do financiamento do DAESH é muito mais complicada do que pode parecer. Primeiro, porque as suas fontes de financiamento são bastante diversificadas, e em segundo, porque em alguns casos resultam de uma abordagem fiscal que permite que nos seus locais de jurisdição, perante a circunstância de as suas receitas petrolíferas estarem a baixar consideravelmente, sejam aplicadas taxas.

De facto, estudos recentes mostram que gradualmente o financiamento do DAESH está a diminuir. Já não observamos uma situação semelhante à de 2014, ano em que se verificou o seu apogeu, jorravam milhões para essa estrutura, nomeadamente a partir de algumas monarquias do Golfo.

Contundo, observando o nosso contexto enquanto UE, é necessário refletir, uma vez que se diz que vários Estados da região continuam a comprar crude a taxas baixíssimas.”

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