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Política

CANAL DO SUEZ: DO PASSADO AO PRESENTE

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Infografia: António Vieira

Guerras mundiais e o Canal do Suez

No decurso da 1ª Guerra Mundial, tropas francesas e do império britânico ocuparam as margens do Canal do Suez, transformando-as num enorme campo militar. Terminada a guerra, as forças militares britânicas continuaram a ocupá-las até à 2ª guerra mundial, durante a qual o Egito representou um campo de ação de suma importância para a vitória das forças aliadas.

Desde então, nunca mais as tropas da Grã-Bretanha abandonaram as principais localidades da zona do canal. Preparavam-se ativamente para resistir às ameaças de certos partidos muçulmanos egípcios, constituídos por patriotas exaltados que desejavam a retirada de todos os britânicos e a entrega de toda a zona do canal do Suez e os seus pertences ao Egito.

Bloco capitalista versus bloco socialista

Com o fim da segunda guerra mundial e o período da Guerra Fria, a então União Soviética prestou o seu apoio ao Egito. Esta “amizade” incomodava os países do bloco capitalista, que possuíam interesses diretos na região. O então governo de Gamal Abdel Nassar tomou a polémica decisão de nacionalizar o canal.

A 29 de outubro de 1956, israelitas, franceses e ingleses invadiram a península de Sinai e Port-Said, despoletando uma guerra. A 5 de novembro, dá-se o ataque propriamente dito, com a utilização de paraquedistas. Nasser sabia que possuía poucas possibilidades de resistir ao ataque, pelo que mandou encerrar o canal como uma forma de coagir os países capitalistas a recuarem. Encontrando-se o canal encerrado, a intervenção britânica já não fazia sentido.

Perante a ameaça de guerra nuclear da União Soviética e a pressão internacional que se fazia sentir, Israel, França e Inglaterra retiraram-se do Egito e o bloco comunista pôde adotar este país como uma zona de influência ideológica no mundo árabe. Esta breve invasão das tropas britânicas e francesas ficou denominada como Guerra do Suez ou Crise do Canal do Suez.

A reputação internacional de Israel foi extremamente abalada. Já a França e a Inglaterra aperceberam-se de que não ditavam mais os rumos da política internacional. A União Soviética saiu do conflito com bastante prestígio entre o Terceiro Mundo. Nasser, apesar de ter sido derrotado no campo de batalha, venceu politicamente e aumentou a sua popularidade, consolidando o fenómeno do “nasserismo”.

Canal do Suez na atualidade

Atualmente, o Canal do Suez é controlado e operado pela entidade estatal, a Autoridade do Canal do Suez (cujo chefe é Mahob Mameesh), criada pelo Egito e responsável pela gestão do tráfego computorizado.

O atual presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, inaugurou a 6 de agosto de 2015 um Canal do Suez mais alargado, que, segundo o Observador, “visa impulsionar a economia do país”. Esta expansão irá permitir que as receitas do Egito dupliquem até 2023, tendo um custo de 7,9 mil milhões de euros, segundo este mesmo jornal, que afirmou ainda que Mahob Mameesh “disse na semana passada que cerca de um milhão de empregos deverão ser criados ao longo dos próximos 15 anos.”

Cartazes com as frases “Novo Canal do Suez: Presente do Egito para o Mundo” e “O milagre egípcio” encontravam-se espalhados pelas ruas do Cairo.

A 21 de novembro de 2016, o presidente Sissi fez uma visita de dois dias a Portugal e deu uma conferência de imprensa, no Palácio de Belém. Segundo o jornal PÚBLICO, Sissi “quer levar também uma comitiva de empresários portugueses para fazerem negócios”, principalmente nos projetos de infraestruturas associadas a este novo canal do Suez e às cidades-satélites do Cairo. O PÚBLICO avançou, também, que, neste momento, o Egito tem um “turismo em desespero e a cair em visitas, receitas e glamour”, pelo que o investimento de empresários portugueses nesta infraestrutura e no que ela representa será uma mais-valia.

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