Política
A CAMPANHA ANTI-DROGAS DE DUTERTE
À frente das Filipinas desde maio, Rodrigo Duterte mantém a promessa que fez aquando da sua campanha eleitoral: a erradicação do narcotráfico no país. O tráfico de drogas é, segundo o presidente, um dos problemas mais graves das Filipinas.
A luta contra as drogas: medidas para o combate
Com uma campanha eleitoral baseada essencialmente em promessas no que diz respeito à questão das drogas nas Filipinas, Duterte acredita que a única solução para o problema é matar todos aqueles que estão ligados a elas.
A perseguição começou no início de julho e, até à data, já conta com mais de 7000 mortos. O presidente promete continuar a “guerra sangrenta” e fazer desaparecer todos aqueles que nas Filipinas contribuem para a questão dos narcóticos.
Desde o início da campanha foram mais de 700 mil os toxicodependentes que se entregaram às autoridades. Já são também muitos aqueles que, em grupos ou individualmente, atuam contra os traficantes e consumidores e o número de casos em investigação que não estão ligados a atividade policial passam os 3000. Muitos outros casos foram encerrados sem apuramento de culpados.
Rodrigo Duterte tem encorajado a população a participar na campanha: “Se conhecem algum toxicodependente, matem-no vocês mesmos, porque ser os pais a fazê-lo seria muito doloroso”, pediu o presidente que, após a tomada de posse no dia 31 de junho, falou para uma plateia de 500 pessoas.
Implicações na governação
Apesar de polémica no Ocidente, a presidência de Duterte cada vez mais ganha apoiantes e seguidores dentro do país.
Segundo a sondagem da consultora local Pulse Asia, 56% dos entrevistados afirmou estar de acordo com a afirmação de que as ruas estão agora “menos perigosas do que no ano passado devido à campanha contra as drogas ilegais”.
Apenas 4% da população demonstrou desagrado em relação às políticas adotadas pelo novo presidente. A sondagem foi realizada em dezembro, antes da suspensão provisória da luta contra as drogas.
Os EUA, aliados das Filipinas, já reagiram e pediram às autoridades filipinas para agirem de acordo com “as suas obrigações para com os direitos humanos”.
A ONU, da qual as Filipinas fazem parte, criticou a campanha de Duterte e apelou ao fim das execuções extrajudiciais. O presidente das Filipinas reagiu com insultos e criticas e ameaçou sair da ONU.
Antes da presidência das Filipinas, Rodrigo Duterte atuava já contra o narcotráfico: enquanto autarca da cidade de Davao durante 20 anos levou a cabo várias operações anti-droga, que resultaram no assassinato de milhares de pessoas. O atual presidente identifica-se como “ditador, mas um ditador de sucesso”.