Política
VAULT 7
A organização multi-nacional, fundada por Julian Assange, publicou em março uma série de ficheiros que expõem os programas de vigilância da agência secreta norte-americana.
O Vault 7, nome dado pela Wikileaks à publicação, denuncia a forma ilegal como a CIA consegue aceder indiscriminadamente a vários dispositivos para os espiar e coletar informação.
Segundo a organização não governamental, algo que deveria ser usado para vigiar alvos específicos, está na verdade a ser utilizado para vigiar a generalidade de pessoas e de modo arbitrário.
Estes programas concentram-se essencialmente em captar dados de aparelhos da Apple, como o iPhone ou o iPad, de telemóveis e televisões inteligentes da Samsung. Para além disto, a vigilância ocorre também ao nível de aplicações como o WhatsApp ou o Telegram, que à partida são encriptadas.
Isto significa que a agência de serviços inteligentes tem acesso audiovisual das plataformas de comunicação mais seguras do mundo.
Conseguem-no através de brechas intituladas de zero days – falhas dos sistemas operativos que as próprias empresas desconhecem e que permitem a infiltração de malware (“software malicioso”) para posterior arrecadação de informação.
Caso Snowden
Esta denúncia, contudo, não é inédita. Em 2013 um agente da National Security Agency (NSA), Edward Snowden, revelou que a NSA tinha a capacidade de espiar cidadãos nacionais e estrangeiros através da recolha de informação privada contida nos respetivos aparelhos eletrónicos.
Muitas questões se levantam: terá a CIA o direito de vigiar qualquer pessoa em nome da segurança? Será esta vigilância em massa apta para prevenir futuros ataques terroristas? Será possível prever-se ações destas quando o “leque” de alvos é tão amplo? Estará a segurança coletiva acima da privacidade individual? Os pesos desta balança serão sempre difíceis de equilibrar.