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Política

MACRON E LE PEN: QUEM SÃO, O QUE FIZERAM E O QUE PLANEIAM FAZER

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EMMANUEL MACRON

Perfil

Aos 39 anos, Macron poderá ser o próximo presidente da República francesa (obteve 23,9% dos votos na primeira volta). Em caso de vitória na segunda volta será o mais jovem da história a ocupar o cargo.

Antigo ministro da Economia de Hollande, o candidato que concorreu como um independente centrista cedo se desagregou do antigo presidente e, sobretudo, dos seus baixos níveis de popularidade junto do eleitorado. Liderou, com sucesso, um movimento denominado “Em Marcha”.

Campanha

Baseou a sua campanha em palavras de ordem como “devolver a palavra aos franceses”, “acabar com as capelas da esquerda e da direita” ou trazer de novo “esperança no futuro”.

As declarações do candidato, ao afirmar que não se considerava “nem de esquerda, nem de direita” só vieram aumentar o volume das críticas de que foi alvo, no sentido de que não teria uma posição bem definida para o futuro da nação e de que estaria demasiado confiante na vitória na segunda volta.

Porém, a mensagem caiu nas boas graças do povo gaulês e desde cedo Macron afastou os ataques pessoais que visavam o seu casamento com a sua antiga professora – 25 anos mais velha que ele – e manteve o seu lugar destacado nas sondagens.

Propostas

Defende uma forte redução do défice, o fim do subsídio de desemprego para aqueles que recusem mais de duas “ofertas de emprego credíveis” e quer pôr fim às taxas sobre a habitação para 80% das famílias.

É também um crítico da energia nuclear, cuja dependência pretende cortar para metade, a longo prazo.

Em caso de vitória, irá precisar ainda de uma maioria no Parlamento para que possa presidir e, assim, governar.

Dita maioria não será necessariamente fácil de alcançar sem  algumas negociações prévias, dada a concorrência, sobretudo do PS, nas eleições legislativas no próximo mês de junho.

MARINE LE PEN

Perfil

Assumiu a liderança da Frente Nacional em 2011, após a saída do pai, Jean-Marie Le Pen.

Teve como estratégia principal uma certa “suavização” das posições do partido, de forma a atrair um maior eleitorado e, dessa forma, ter uma legítima possibilidade de conquistar a presidência.

Essa miragem nunca esteve tão perto de se concretizar do que com os 21% obtidos nesta eleição presidencial e a consequente ida à segunda volta.

Porém, nem tudo tem ocorrido sempre de forma suave, sendo que Marine Le Pen se encontra sob investigação por suspeita de fraude na utilização dos fundos atribuídos pelo Parlamento Europeu.

Campanha

Embora seja largamente considerada como uma exímia oradora, pela sua capacidade de abordar temas sensíveis e posições extremistas sem carregar o seu discurso com sonâncias de ódio ou qualquer sentimento mais radical, a campanha de Marine Le Pen esteve longe de ter decorrido sem incidências.

Das polémicas declarações sobre a responsabilidade da França na deportação de judeus durante a ocupação nazi, aos vários confrontos ocorreram em discursos da líder da Frente Nacional (alguns acabando em violência), vários foram os momentos que abalaram a tranquilidade da campanha.

O pedido de levantamento da sua imunidade pela justiça francesa foi um tópico que gerou também discussão, no início do mês de abril. Todos estes casos e incidentes não parecem ter ecoado junto dos apoiantes do partido, que se manteve firme nas sondagens e garantiu um lugar na segunda volta, a realizar amanhã.

Propostas

O partido de extrema direita apresentou um manifesto de 144 propostas que recaem sobretudo em questões anti-emigração e anti-Europa.

No que diz respeito à Europa, defende (em caso de vitória na segunda volta) um referendo que visa a saída da França da União Europeia – um Frexit, sem que estejam presentes no manifesto muitos mais detalhes sobre essa temática.

É a matéria que mais olhares atrai do exterior, com as restantes nações europeias a focarem as suas atenções nas eleições francesas devido às consequências que uma França liderada por Le Pen – e a consequente saída da França da UE – traria.

Quanto à imigração, a Frente Nacional defende medidas como a expulsão de todos os estrangeiros vigiados pelos serviços de espionagem, que seja retirada a nacionalidade francesa a cidadãos com dupla nacionalidade, quando condenados por ligações ao jihadismo ou o negar do acesso gratuito aos cuidados de saúde básicos aos migrantes em situação ilegal.

Estão ainda previstos no programa da FN um maior investimento na Defesa, a redução de impostos para as famílias e pequenas e médias empresas e a diminuição da idade da reforma para os 60 anos.