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BUTÃO: O PAÍS ONDE A FELICIDADE CONTA

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O Butão é um estado localizado no continente asiático, entre a China e Índia. A capital butanesa é Thimphu. Conta com cerca de 758 288 habitantes pertencentes a diferentes grupos étnicos: os Ngalop – 50% da população; os nepaleses – 35% e os restantes 15% correspondem a tribos migrantes ou indígenas da área.

A economia do Butão baseia-se sobretudo no setor agrícola, energia hidroelétrica e extração florestal. Contudo, está fortemente dependente da Índia nas relações comerciais de energia hidroelétrica, uma vez que esta ligação representa cerca de 72% das suas importações e 85% das suas exportações.

As exportações de energia hidroelétrica representam 17% do total das exportações e 25% do Produto Interno Bruto (PIB), o que tem contribuído para que o país mantivesse um crescimento estável e sustentável.

Ainda assim, vários são os fatores estruturais que se opõem ao crescimento da economia butanesa, como, por exemplo, a alta dívida pública, o subdesenvolvimento do setor privado, a elevada taxa de desemprego jovem e os atrasos nas construções das infraestruturas hidroelétricas.

Em 1990, o Butão contava com um PIB de 807 milhões de dólares, mas com o crescimento exponencial que tem vivido, em 2016 o PIB era de 2 308 milhares de milhões de dólares; o PIB per capita era de 2 870 doláres, o que o colocou como a 167ª maior economia mundial.

Mas, apesar de ser das economias mais pequenas e com dos mais rápidos crescimentos económicos do mundo, não é isso que tem vindo a chamar à atenção da comunidade internacional para este estado.

Em 1972, o 4º rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, decretou a importância de um novo modelo ao afimar que “a Felicidade Interna Bruta é mais importante do que o Produto Interno Bruto”.

Desde então, o Butão rejeita a ideia do PIB como única medida de crescimento do país e integra o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), que assenta principalmente no desenvolvimento económico sustentável, na preservação da cultura, na conservação do meio ambiente e num bom governo.

Na prática, este conceito adaptou-se de forma sustentável à sociedade butanesa, sobretudo na educação. Nas escolas, os estudantes além de aprenderem as disciplinas tradicionais, têm também aulas de técnicas básicas de agricultura e de proteção ambiental.

Além disso, as escolas butanesas promovem um estilo de vida sustentável – todo o material escolar utilizado é reciclado – e calmo, através da substituição da típica campainha por uma tranquilizante música tradicional do país.

“Ter uma educação não significa apenas obter boas notas, significa também prepará-las para serem bons cidadãos”

Choki Dukpa, diretor de uma escola primária em Thimphu

Em 2008, o governo butanês redigiu uma constituição que veio definir o Butão como uma monarquia constitucional democrática. Na Constituição está assente o princípio da FIB, que, segundo o artigo 9º da constituição butanesa, deve ser fomentado pelo governo.

Para medir este conceito num sentido mais prático, são tidos em conta quatro fatores sociais como a esperança média de vida, o bem-estar da população, a “pegada” ecológica e a desigualdade social.

Neste sentido, e num contexto internacional, o Butão é o 56º país com maior índice de felicidade, contando com 28,6 pontos no Happy Planet Index.

Segundo esta organização, o Butão conta com uma esperança média de vida de 68.7 anos e a satisfação dos seus cidadãos para com a vida em geral assenta nos 5.6, em 10. Além disso, tem uma “pegada” ecológica de 2.3 hectares globais por pessoa e um nível de desigualdade social de cerca de 27%.

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