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JAIR BOLSONARO: QUEM É E O QUE QUER PARA O BRASIL

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Natural de Campinas (São Paulo), Jair Bolsonaro pode ser considerado um dos políticos brasileiros mais controversos da atualidade, bem como um dos mais populares, como se pode comprovar pelo seu sucesso nas redes sociais.

Para além de político, Bolsonaro já passou igualmente pelo exército, pelo que o crescimento da sua popularidade é por muitos vista como algo alarmante (vários já o compararam a Donald Trump). Tendo em conta a aproximação das eleições brasileiras, marcadas para outubro deste ano, é pertinente fazer uma análise do candidato paulista.

Percurso Militar

Bolsonaro iniciou-se como militar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e na Academia Militar das Agulhas Negras (formou-se em 1977), tendo posteriormente realizado especializações em áreas como educação física e paraquedismo. Durante o seu percurso militar, o brasileiro foi caracterizado pelos seus superiores como tendo uma “excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente” e “pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos“.

A sua carreira militar foi ainda marcada pela Operação “Beco Sem Saída” (1987). Resumidamente, tinha como objetivo protestar contra o baixo salário recebido pelos militares na altura. Nesse sentido, deveriam ser explodidas bombas de baixa potência em casas de banho de vários quartéis militares (Vila Militar, Academia das Agulhas Negras, Resende). Bolsonaro arquitetou o plano de ataque à Adutora do Guandu, integrante da rede de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Este acontecimento culminou no seu julgamento em junho de 1988, acabando posteriormente por ser absolvido. No mesmo ano foi para a reserva, com a patente de capitão, e iniciou a sua carreira política.

Do exército para a política

Durante o seu percurso político, Jair Bolsonaro pertenceu a oito partidos, sendo que se iniciou como vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. As suas bases ideológicas são regularmente associadas ao nacionalismo e à extrema-direita, pelo que as suas declarações são vistas como controversas.

Alguns dos seus momentos políticos mais polémicos incluem a defesa de um projeto de lei que estabelece a castração química voluntária como condição para que uma pessoa condenada por violação possa diminuir a sua pena; a oposição à aplicação de leis que garantam direitos LGBT (casamento homossexual e adoção de filhos por parte destes casais); a defesa do estabelecimento de cotas para deputados negros e a instituição da pena de morte no Brasil.

O deputado é a favor do liberalismo económico, da utilização da tortura em casos de tráfico de droga e de rapto e defende a censura. Bolsonaro apoiou publicamente a ditadura chilena de Augusto Pinochet, afirmando que esta “devia ter matado mais gente”.

Mulheres, homossexuais, negros e indígenas

Relativamente às mulheres, o momento mais controverso de Jair Bolsonaro sucedeu-se há quatro anos atrás, em dezembro, aquando de uma discussão no plenário da Câmara dos Deputados. A deputada Maria do Rosário acusou-o de ser um “estuprador”, ao que Bolsonaro respondeu dizendo “Jamais estupraria você porque você não merece”. No ano seguinte, questionado pelo sucedido, Bolsonaro acrescentou: “Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu género. Jamais a estupraria”. Estas declarações levaram à condenação do deputado por danos morais, bem como por ter incitado a prática da violação.

A discussão entre Maria do Rosário e Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, dezembro de 2014.
Fonte: Wikipedia

Quanto aos homossexuais, Bolsonaro afirmou que seria incapaz de amar um filho homossexual” e que preferia que um filho seu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Jair também referiu o que faria se visse um casal homossexual: se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”. Segundo o deputado, a homossexualidade está associada à pedofiliamuitas das crianças que serão adotadas por casais gays vão ser abusadas por esses casais homossexuais“.

Finalmente, Jair Bolsonaro é igualmente crítico das comunidades indígenas e negras, referindo-se aos índios como “fedorentos, não educados e não falantes de nossa língua” e dizendo que é impossível que os seus filhos se apaixonem por mulheres negras, uma vez que “não corre esse risco porque seus filhos foram muito bem-educados”.

Dentro de sete meses o Brasil vai decidir quem será o seu próximo presidente. Além de Jair Bolsonaro, outras personalidades da política brasileira já se apresentaram como pré-candidatos. São elas Alvaro Dias, Arthur Virgílio, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Cristovam Buarque, José Eymael, Fernando Collor, João Amoêdo, Levy Fidelix, Lula da Silva, Manuela D’Ávila, Marina Silva, Rodrigo Maia e Valéria Monteiro.

Bolsonaro garante que, caso seja eleito, haverão inúmeras mudanças no país.

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