Política
SRI LANKA EM ESTADO DE EMERGÊNCIA DURANTE 10 DIAS
O Sri Lanka, também conhecido como o Ceilão para os portugueses, situado a sul do subcontinente indiano, é um país que alberga muitas religiões, etnias e línguas, que ao todo conta com 22 milhões de habitantes.
O governo do Sri Lanka é caracterizado como uma República semipresidencialista, ou seja, o presidente partilha o poder executivo com um primeiro-ministro e um gabinete.
Em termos de relações internacionais, desde membro fundador da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) e da Commonwealth até membro das Nações Unidas e do Movimento dos Países-Não Alinhados, o Sri Lanka sempre foi muito conotado pelo seu envolvimento na comunidade internacional.
Internamente, além de ter uma rica herança budista, a variedade populacional abrange os cidadãos cingaleses, maioritariamente budistas, que correspondem a ¾ da população, os tamil, os muçulmanos, os burgheres, os malaios e ainda os Veddahs, povo aborígene original da ilha.
Diversidade: da convivência pacífica à violência
Apesar de toda esta diversidade, o Sri Lanka tem graves conflitos entre as várias comunidades, sobretudo entre budistas e muçulmanos. Em junho de 2014, confrontos intercomunitários resultaram na morte de quatro cidadãos e um grande número de feridos.
No inicio deste mês, alguns motins e episódios de violência entre a maioria budista e a minoria muçulmana saldaram em pelo menos dois mortos e dezenas de detenções. Além disso, após a descoberta do corpo de um cidadão muçulmano carbonizado num edifício incendiado e com as suspeitas a incidirem sobre os budistas extremistas, a administração cingalesa decretou o estado de emergência nacional durante 10 dias.
Há nove anos, o Sri Lanka esteve sob estado de emergência durante quase três décadas, antes do reconhecimento pelo Governo da vitória militar contra a rebelião tamil. “O conselho de ministros aprovou medidas fortes, incluindo um estado de emergência nacional de dez dias”, declarou Rauf Hakeem, Ministro do Desenvolvimento Urbano, Abastecimento de Água e Drenagem.
A par dessa medida, foi ainda imposto um recolher obrigatório na cidade de Kandy (centro do país), conhecida pelas plantações de chá e pelos templos budistas, destacando forças policiais fortemente armadas para a região, principal palco de violência entre as comunidades.
O executivo cingalês procedeu também ao bloqueio das redes sociais mais populares no país, em resposta aos tumultos contra a minoria muçulmana e intercomunitários registados nos últimos dias.