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Política

“Arrumações” na Casa Branca: mudanças na administração Trump

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Valores históricos

A lista de saídas da atual administração norte-americana é significativa. É aquela que apresenta o maior valor de “turnover”, conceito que determina o número de membros substituídos, da democracia norte-americana. Esta taxa, que se encontra nos 34%, é a mais alta entre as várias administrações desde a presidência de Ronald Reagan (1981-1989).

Até a mais recente saída, ocorrida no passado dia 12 de abril de 2018, do assessor para a segurança nacional Rick Waddell, estavam já contabilizadas trinta e uma saídas, tanto de pessoal pertencente à Casa Branca, bem como de pessoal de diferentes agências federais norte-americanas.

Das trinta e duas contabilizadas, 28% das saídas foram renúncias de cargo, enquanto que as restantes 72% foram por despedimento. Os motivos destas saídas foram, geralmente, de fundamento político, restando poucos casos que se justificaram com motivações pessoais.

As querelas entre membros da administração e problemas acerca do posicionamento pessoal relativo a determinadas políticas levadas a cabo por Donald Trump foram os principais motivos de saída. Alguns dos temas que mais agitaram a administração Trump foram a controversa “Trump travel ban”, o possível envolvimento da Rússia nas últimas eleições presidenciais americanas, alegações feitas a partir do movimento “Me too” e a existência de constantes “leaks” de informação por membros, de forma anónima, da Casa Branca.

Casos notáveis

Dentro desta lista, já numerosa, de movimentos na administração Trump pode dar-se o destaque a vários nomes que surgiam, no início do mandato, como essenciais para o projeto “Make America Great Again!”, de Donald Trump.

Mike Flynn

Pouco após ter ocupado o cargo de conselheiro para a segurança nacional, Mike Flynn viu-se forçado a demitir-se após o crescente levantar de suspeitas acerca da possível intervenção do governo russo nas eleições norte-americanas. A saída consumou-se dia 13 de fevereiro do ano passado, após ter sido tornado público comunicações entre Flynn e um oficial russo acerca das sanções impostas pelos Estados Unidos da América à Rússia e, posteriormente, ter negado a Mike Pence, vice-presidente norte-americano, qualquer contacto com oficiais russos.

James Comey

Dia 9 de maio de 2017 foi o último para a atividade de James Comey como diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI). Uma das demissões mais inesperadas, no momento em que ocorreu, teve como motivações o já recorrente caso do possível envolvimento russo nas eleições norte-americanas e o modo como lidou com a investigação aos e-mails de Hillary Clinton, tema muito marcante nas últimas eleições. Estes dois temas parecem ter incomodado o presidente norte-americano, acabando este por decidir pôr termo ao mandato de James Comey.

Sean Spicer

Uma das figuras que marcou constantemente, nos media, o início do mandato da administração Trump, Sean Spicer foi outro elemento que renunciou às suas funções logo no primeiro ano de governação. O diretor das comunicações e secretário para a imprensa apresentou a sua demissão no dia 21 de julho do ano passado. O seu curto mandato ficou marcado por diversas controvérsias e erros grosseiros que geraram uma maior fragilidade num governo já muito criticado. O motivo dado para a sua demissão relacionou-se com a admissão, sobre a qual Spicer era contra, de Anthony Scaramucci, que também foi despedido dez dias após ter tomado posse, como diretor de comunicações. Esta discordância pessoal, que não foi atendida pelo presidente Trump, fez com que Spicer disponibilizasse o seu lugar.

Stephen Bannon

O chefe do canal televisivo The Breitbart News, Stephen Bannon era visto como o principal dinamizador da ideologia da extrema-direita que apoiou a ascensão da campanha de Donald Trump. Marcado como o principal conselheiro, teve sempre uma forte presença nas principais tomadas de decisão da Casa Branca. Porém, no dia 18 de agosto de 2017, as suas funções como principal estratega de Donald Trump terminaram. Aquele a quem foi atribuído maior crédito na vitória de Donald Trump nas eleições, terá saído por consequentes desacordos perante diferentes visões mais moderadas que tomaram rumo na administração pós-eleições.

Rex Tillerson

Um dos nomes mais controversos chamado para a administração de Trump, Rex Tillerson, ex-executivo da multinacional norte-americana ExxonMobil, ocupou o cargo de Secretário de Estado no inicio do mandato. O seu despedimento, no dia 13 de março de 2018, foi causa de espanto, tanto pelo o meio pelo qual ocorreu, como pelas alegadas motivações. O espanto de Rex Tillerson terá residido no facto de só ter tomado conhecimento do seu despedimento através de um “tweet” do presidente Donald Trump. Sem aparentes motivações concretas para a ação, possíveis desentendimentos relativamente às relações entre a Casa Branca e o governo russo parecem ter sido a gota de água que levou ao despedimento pessoal, por parte de Donald Trump, do seu Secretário de Estado.

Apenas a metade do mandato, a administração de Donald Trump é já reconhcisa como o mandato governamental norte-americano com maior número de saídas em menor período de tempo de governação.

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