Política

A libertação de Ahed Tamimi

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A “Joana D’Arc” da Palestina

Natural da vila de Nabi Salih, Ahed Tamimi provém da segunda geração de crianças palestinianas que cresceram sob condições de ocupação, pelo que a sua família é contra a expansão israelita e a detenção de palestinianos. Tamimi desejava ser advogada quando era criança e, atualmente, é um dos símbolos da resistência palestiniana. É adolescente, mas a sua perspectiva é adulta: enquanto ativista, acredita que os protestos organizados/documentados contra a ocupação israelita irão levar a um maior reconhecimento do esforço palestiniano para alcançar a autonomia.

Protagonista de vários episódios que alertaram para a invasão israelita, a jovem ficou conhecida internacionalmente em 2012: com 11 anos, tentou intervir na detenção da mãe e, no mesmo ano, enquanto um soldado israelita tentava prender o seu irmão, confrontou-o de punho cerrado — cena que se tornou viral e que lhe valeu um convite para visitar a Turquia, por parte do Primeiro-Ministro turco Recep Tayyip Erdogan. Três anos mais tarde, contra-atacou novamente um soldado israelita, mordendo-o e golpeando-o por deter o seu irmão por atirar pedras.

Os oito meses de prisão

A cena mais conhecida a nível internacional foi a que valeu a sua detenção. A 15 de dezembro de 2017, durante um protesto em Nabi Salih contra a expansão de Israel, os manifestantes atiravam pedras para os soldados israelitas, que se preparavam para eliminar a agitação, entrando na casa dos Tamimi — uma vez que se suspeitava que os protestantes continuavam a atirar pedras a partir da casa. Durante o protesto, o primo de quinze anos de Ahed, Mohammed Tamimi, foi alvejado na cabeça, ficando gravemente ferido (acabou por ser colocado em coma induzido para tratar o ferimento, acordando três dias depois). Na sequência do ataque ao seu primo, Ahed, a sua mãe e a sua prima Nour foram filmadas a esbofetear, dar pontapés e a empurrar dois soldados israelitas no exterior da casa, que não reagiram ou retaliaram.

Como consequência, treze dias após o sucedido as três foram acusadas de incitamento e violência e foram presas, apesar das duras críticas da comunidade internacional à milícia israelita. A 24 de Março de 2018, Ahed Tamimi aceitou um acordo em que cumpriria oito meses de prisão e pagaria uma multa de 5000 skekel (1437 dólares).

Libertação

Libertadas no dia 29 de Julho, Ahed e a sua mãe “foram transferidas pelas autoridades israelitas da prisão até a um posto de controlo de entrada no território palestiniano da Cisjordânia, onde as duas residem.”

Após os oitos meses de prisão (que abrangeram inclusive a sua data de aniversário), Tamimi continua a ser vista como um dos novos símbolos da resistência palestiniana.

Foto: AHMAD GHARABLI/AFP/Getty Images
20 de Dezembro de 2016. Ahed Tamimi marca presença num tribunal militar na prisão de Ofer, situada na aldeia de Betunia, West Bank, e controlada pelo exército de Israel.

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