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Covid-19: A crise económica trocada em miúdos

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rimeiro-Ministro António Costa e Ministros Siza Vieira e Manuel Heitor na conferência da Iniciativa Nacional Competências Digitais, Porto, 3 março 2020 (foto: Paulo Vaz Henriques/ Governo da República Portuguesa)

Desde que o primeiro caso por covid-19 surgiu, em Portugal, a 2 de março, que o Governo adotou um conjunto de medidas de contenção para reduzir a cadeia de infeção, que afetaram a economia nacional.

Oito argumentos que explicam a crise que aí vem

O país enfrenta, agora, uma crise económica que se prolongará durante longos meses. O jornal Público tentou junto do executivo perceber oito argumentos utilizados para explicar esta crise.

  1. A crise tem origem externa e afeta os países da mesma forma.
  1. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o povo português não se deve sentir culpado pela crise, uma vez que não é responsável quanto à existência do vírus, à “dimensão pandémica” e pelas consequências causadas.
  1. O Governo defende que houve excedente e que o país tem condições para responder, economicamente, a esta crise. Relembrou que o saldo orçamental foi positivo de 0,2% do PIB.
  1. A crise é temporária e, portanto, encontra-se localizada num período de tempo, que chegará ao fim.
  1. Segundo Costa, junho, considerado o mês da esperança, será o mês em que as empresas deverão ser relançadas. O primeiro-ministro apela à existência de um programa que permita recuperar as economias paradas.
  1. Salvar vidas e empregos têm sido objetivos claros do Governo. O conjunto de medidas adotadas, entre elas as ajudas a empresas que não despeçam trabalhadores, visa a manutenção da empregabilidade. Porém, acredita que o desemprego irá aumentar e, portanto, é necessário um programa de apoio ao desemprego.
  1. Uma das maiores preocupações a nível económico é se se irá verificar ou não o regresso da austeridade. Segundo o ministro das Finanças, Mário Centeno, Portugal atravessará uma fase complicada, mas tendo em conta a sua “base económica sólida” e a suspensão da disciplina orçamental europeia, o país irá repor a sua atividade económica.
  1. O executivo defende que o estado de emergência deve ser minimalista para que as pessoas não se cansem do isolamento social. Assim, deve de existir proporcionalidade quanto às medidas adotadas face à situação atual.

Bloco Central só em situação de grande excecionalidade

A crise económica que o país enfrenta obrigará à aprovação de um conjunto de medidas que visem recuperar a economia. De acordo com o jornal Expresso, Rui Rio nega a possibilidade de existir um bloco central e o Presidente da República está do seu lado.

António Costa e Rui Rio disseram que essa possibilidade só existiria em situações de grande excecionalidade. Segundo algumas fontes do PSD referidas no mesmo artigo, Rio não está disposto a mudar as suas pretensões e apesar de o tempo agora ser de união, quando a pandemia passar, volta tudo ao normal.

O Presidente do PSD diz que não há pressa em chegar ao Governo em tempo de crise económica e que o PS terá de a enfrentar. Esta crise económica era já esperada, uma vez que a economia portuguesa se baseava em setores de atividade inconstantes, como o turismo, e se confrontava com problemas sociais e económicos, como a elevada despesa fixa, disse uma fonte do PSD.

O PSD acredita que o Governo terá mais dificuldades a nível económico do que ao nível da saúde. Assim, segundo o presidente do conselho estratégico nacional do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, estão a ser preparadas um conjunto de medidas a curto e médio prazo e um programa “de recuperação da economia nacional e de aumento da sua competitividade, através do investimento, exportações e emprego”.

Marcelo Rebelo de Sousa nunca mostrou grande agrado na formação de um bloco central, mas defende que num momento destes deve de existir cooperação entre os diversos partidos. Segundo o Presidente da República, ações como a de Joaquim Miranda Sarmento, que, no dia 26 de março, sem afrontar o Governo, propôs medidas económicas mais exigentes, são um exemplo de união entre partidos em tempos de crise.

A esquerda neste momento apresenta uma atitude de cooperação, mas já avisou que se as medidas passarem pela austeridade, em que Portugal será controlado por outros governos da União Europeia, não participarão. PCP e BE esperam, também, que a UE adote soluções diferentes àquelas que foram apresentadas aquando da crise de 2008.

Texto da autoria de Inês Pereira. Revisto por Miguel Marques Ribeiro

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