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Coreia do Norte: Aumenta a especulação sobre o estado de saúde de Kim Jong-un

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Kim Jong-un, líder norte-coreano, não é avistado em público desde 11 de Abril. Foto: Governo da República Popular Democrática da Coreia

Tudo começou após o site norte-coreano “Daily NK” – produzido na capital sul-coreana por norte-coreanos críticos do regime totalitário comunista de Kim – ter noticiado que Kim Jong-un está em tratamento numa vivenda particular no monte Kumgang, depois de ter sido sujeito a uma cirurgia cardiovascular no passado dia 12, no hospital de Hyangsan.

Entretanto, a CNN citou um oficial dos EUA, o qual escolheu permanecer anónimo, que sugeriu que o líder norte-coreano estava em “grave perigo”.

Porém, um artigo publicado no site do jornal “The Guardian” referiu que o líder, sofrendo de excesso de peso e sendo um fumador há muitos anos, pode ter desaparecido da vida pública por precaução, devido à pandemia do Covid-19. Tal não seria divulgado pelo Estado norte-coreano visto que este tem negado a existência de quaisquer casos no país.

Aliás, não é a primeira vez que o facto de Kim não aparecer em público durante algum período de tempo gera especulações sobre o seu estado de saúde. Em 2014, desapareceu durante seis semanas, reaparecendo com uma bengala. Dias mais tarde, uma agência espia sul-coreana reportou que o líder do país vizinho tinha realizado uma cirurgia para remover um quisto do tornozelo.

Reações dos países vizinhos às especulações

Os Estados vizinhos da Coreia do Sul e da China travaram as especulações sobre o estado de saúde de Kim Jong-un, depois destes órgãos de comunicação social terem divulgado estas informações.

Kang Min-seok, porta-voz da presidência da Coreia do Sul, o país que mais monitoriza a Coreia do Norte, disse que “nada confirma os rumores sobre a saúde do Presidente Kim Jong-un”. Tal posição foi reiterada pela agência de notícias Yonhap, a qual, citando uma fonte oficial, disse que a informação de que o líder norte-coreano está gravemente doente “não é verdadeira”4.

Um oficial do departamento de relações internacionais do Partido Comunista Chinês, o qual lida com a Coreia do Norte, informou a Reuters de que não havia qualquer motivo para acreditar que o líder está gravemente doente.

Atenções voltadas para irmã do líder

Após estas especulações, as atenções têm-se voltado para Kim Yo-jong, de 32 anos, irmã mais nova do líder da Coreia do Norte, a qual é apontada como a sua possível sucessora.

Kim Yo-jong é o braço-direito do seu irmão, tendo já sido sua acompanhante nas cimeiras com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e é a número dois do Departamento de Propaganda e Agitação da Coreia do Norte. Além disso, faz parte do comité executivo do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e é formada em Ciências da Computação.

Deste modo, Kim Yo-jong cresce em termos de influência no partido. No entanto, segundo Leonid Petrov, especialista em assuntos norte-coreanos e professor na Faculdade Internacional de Gestão em Sydney, “esta não substituirá o decisor (Kim Jong-un). A Coreia do Norte é um país guiado pelo Confucionismo, onde a antiguidade e a masculinidade são respeitadas. Ela é o aliado em quem Kim mais confia, mas não mais do que isso”.

Texto da autoria de Rafaela Miranda. Revisto por Miguel Marques Ribeiro

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