Política
Presidenciais 2021: Conheça os pré-candidatos já anunciados para as eleições em janeiro
Muita tinta fazem já correr os pré-candidatos ao lugar da Presidência. Da direita à esquerda, são vários os que já se apresentaram e, mais importante, distinguiram as suas ideias dos restantes. Os pré-candidatos têm apenas seis meses para convencerem os portugueses que são a pessoa certa para o lugar.
Ana Gomes – “Candidato-me pelos portugueses.”
A ex-eurodeputada Ana Gomes anunciou a sua candidatura à presidência da República a 17 de maio de 2020, considerando que a situação atual da democracia portuguesa é inadmissível. Caracterizando o atual Presidente como inativo e passivo, a militante do partido socialista garante querer trazer de novo ao cargo transparência e seriedade.
A candidata garante estar na corrida a Belém “apenas pelos portugueses e por mais ninguém”. A seu ver, “os portugueses precisam de transparência, e essa é uma marca da minha campanha.” Acima de tudo, Ana Gomes assegura candidatar-se à presidência para servir o interesse nacional.
Ana Gomes licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1979. Um ano depois ingressou na carreira diplomática. Foi consultora do Presidente Ramalho Eanes entre 1982 e 1986 e fez parte da Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas, onde coordenou a Delegação Portuguesa ao Conselho de Segurança. Passou por embaixadas portuguesas em Londres e Tóquio e entre 2004 e 2019 foi membro do Parlamento Europeu.
André Ventura – o candidato anti-sistema
André Ventura foi o primeiro deputado eleito para a Assembleia da República pelo partido Chega, nas últimas eleições legislativas. Foi também o primeiro a anunciar a candidatura, ainda em fevereiro.
Denunciando o silêncio da presidência face aos temas mais sensíveis da atualidade, o candidato acusa Marcelo Rebelo de Sousa de compactuar com várias situações anómalas. Defende ainda o reforço do combate à corrupção, prometendo romper com o “sistema”.
André Ventura licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Nova com 19 valores. Em 2013, defendeu a sua tese de doutoramento em Direito Público, onde criticou o “populismo penal” e a “estigmatização de minorias”. Atualmente, é professor na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade Autónoma de Lisboa e deputado único do Chega na Assembleia da República.
Marisa Matias – “A liberdade e a igualdade são as minhas bandeiras”
No dia 9 de setembro, a bloquista e eurodeputada Marisa Matias anunciou a sua candidatura às eleições de janeiro de 2021. É a segunda vez que concorre ao lugar de Presidente da República. De entre as suas ideias, destaca-se a promessa de acabar com o medo que, segundo a própria, se vive em Portugal. A candidata referiu ainda a intenção de acabar com os privilégios e os interesses instalados caso vença as eleições.
Criticando a monotonia e a subordinação ao governo em que se baseia o mandato do atual presidente, Marisa Matias quer “um regime que responda à pandemia social”, capaz de resolver problemas sociais graves. Assim, destaca a promoção de “uma banca pública de confiança” e a manutenção de um sistema de saúde público e de qualidade. A candidata bloquista posiciona-se, assim, do lado dos jovens trabalhadores e de todos aqueles que se preocupam com a precariedade no país.
Por último, a candidata mostra-se convicta de que “Portugal precisa da República, da liberdade e da igualdade que nos torna a todos e a todas responsáveis pela nossa gente. A República é a terra de mulheres e homens, de crianças e adultos, de brancos e negros, de imigrantes e emigrados, sem discriminações, sem intolerância, sem perseguições. A liberdade e a igualdade são as minhas bandeiras”
Marisa Matias estudou Sociologia na Universidade de Coimbra. Com 44 anos, encontra-se já no seu terceiro mandato como eurodeputada no Parlamento Europeu.
João Ferreira – “À defesa do direito dos trabalhadores e do povo”
O candidato anunciado pelo partido comunista é João Ferreira. Com este, o partido ambiciona defender os direitos da classe trabalhadora, assim como lutar pelos seus interesses, não permitindo injustiças e mantendo a integridade daqueles que fazem a economia continuar a progredir.
O candidato apoiado pelo PCP promove a sua candidatura como símbolo da luta pelos jovens, pelos trabalhadores e pelo povo. Observando a discrepância entre a quantidade de trabalho e a remuneração, João Ferreira defende que é altura de mudar e de remunerar melhor todos aqueles que vivem do seu trabalho, empenho e esforço.
João Ferreira, atualmente, desempenha funções de deputado no Parlamento Europeu pelo Partido Comunista. Formado em Biologia, é também vereador na Câmara Municipal de Lisboa.
Tino de Rans – Candidato na luta contra populismos
É a segunda vez que Vitorino Silva entra na corrida a Belém. O antigo Presidente da Junta de Freguesia de Rans confirmou, a 8 de setembro, que será candidato a Presidente da República nas próximas eleições. Na altura, afirmou que “A minha candidatura é muito forte, feita de gente simples onde a qualidade impera”.
A feira do Livro do Porto, nos jardins do Palácio de Cristal, foi o local escolhido pelo candidato do RIR para apresentar a sua candidatura. Aproveitou o momento para, também, apresentar o seu desagrado pela altura em que está agendada a ida às urnas. Assim, sublinhou que as baixas temperaturas podem constituir um motivo para uma menor afluência por parte dos mais idosos.
Tiago Mayan Gonçalves – Candidato pelos liberais
O advogado e fundador do Partido Iniciativa Liberal declarou, em julho, que seria candidato a Belém nas próximas eleições presidenciais, em 2021. No vídeo que publicou para o lançamento da sua candidatura Tiago Mayan Gonçalves afirma que é o verdadeiro e genuíno candidato liberal que as pessoas procuram, considerando-se o candidato certo “para que um grande espaço político tenha em quem votar, um espaço político que congrega liberais, mas também pessoas que não se reveem num Presidente [Marcelo Rebelo de Sousa] que abdicou de o ser”.
Além disso, o membro fundador do Partido Iniciativa Liberal manifestou orgulho no facto de o partido o apoiar. “Sou um cidadão como vocês, farto da bolha em que o sistema político vive, alheado da vida dos portugueses. Sou descomprometido. Não estou envolvido em teias de interesses, de cumplicidades e de conveniências, dos séquitos e das elites do Terreiro do Paço”, afirmou.
Tiago Mayan Gonçalves, de 43 anos, é advogado e político. Formado em Direito pela Universidade Católica do Porto foi um dos fundadores do partido que agora o apoia na corrida a Belém.
Bruno Fialho – “Candidato do centro, um centro que abrange toda e qualquer posição”
O Presidente do Partido Democrático Republicano anunciou a 24 de julho de 2020 que seria candidato a Belém nas presidenciais de 2021. Considerando-se o candidato mais ao centro e mais abrangente do quadro eleitoral, Bruno Fialho promete dar aos portugueses aquilo que precisam para ter uma vida mais equilibrada.
Em declarações à Lusa, disse: “Eu pretendo ser um candidato efetivamente de todos os portugueses e abrangendo todas as ideologias políticas, já que até sou candidato do centro, um centro que abrange toda e qualquer posição, desde que seja a mais correta a ser aplicada em determinado momento”.
Bruno Fialho, atualmente, é chefe de cabina de uma companhia aérea, tendo passado já pela advocacia.
Artigo da autoria de Ricardo Terrinha. Revisto por José Milheiro, Marco Matos e Miguel Marques Ribeiro