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HONG KONG: RECUSA DE DIÁLOGO NÃO TRAVA LUTA PRÓ-DEMOCRÁTICA

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As ruas de Hong Kong assistiam já, depois de inúmeros protestos, a alguma serenidade, quando a tentativa de diálogo entre os manifestantes e o governo chinês falharam. Para o chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, segundo avançou numa entrevista à TVB, o movimento Occupy – organização internacional que protesta contra desigualdades sociais e económicas – está “fora de controlo”, afastando, portanto, qualquer possibilidade de negociação.

Os movimentos pró-democráticos viram-se, assim, obrigados a convocar uma nova reunião de manifestantes nas ruas, na tentativa de pressionar o governo a ceder.

Embora o número de protestantes tenha reduzido, o apelo do líder da Federação de Estudantes conduziu a um “acampamento” de jovens, munidos de mochilas, sacos cama e comida, preparados para ocuparem a cidade, segundo revelam as imagens divulgadas pela agência noticiosa Reuters.

Cansadas dos distúrbios provocados pelas manifestações, bem como da consequente paralisação da cidade, muitas são já as pessoas que se têm declarado opositoras dos protestos. Inspiradas no “cordão amarelo” que visava representar os grupos pró-democráticos nas lutas das sufragistas norte-americanas no século XIX, têm surgido movimentos semelhantes na China, porém, com o objetivo oposto. Em diferentes zonas de Hong Kong vêm-se “cordões azuis” – aludindo à cor do uniforme das forças policiais – que representam as manifestações de apoio às mesmas.

Albert Ho, ex-chefe do Partido Democrático e candidato a chefe executivo em 2012, não deixa que a recusa de diálogo por parte do governo, nem mesmo os movimentos contra as manifestações travem a luta pró-democrática. Considera que, conforme referido numa entrevista ao The New York Times, têm conseguido, mesmo assim, “criar pressão suficiente no governo para o começo de um diálogo”, até porque “eles sabem que o tema de discussão é a reforma política. Antes, todos tratavam isso como um caso encerrado.”

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