Sociedade

HÁ 10 ANOS DE GISBERTA

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Pautada sobretudo por um registo de descontração, ativismo e conversa, o objetivo desta “reunião” foi o de honrar a memória de Gisberta, morta a 22 de Fevereiro de 2006 após ter sido continuamente violada e agredida brutalmente por um grupo de rapazes cujas idades rondavam os 12 e os 16 anos. Esta tertúlia contou com a presença de vários(as) ativistas deste universo que lutam pela defesa dos direitos LGBT, tais como Rex David, Mair, Júlia Mendes Pereira e com Santiago D’Almeida Ferreira, representante da Ação Pela Identidade (API).

De forma a “humanizar a Gisberta” e não permitir que o sentimento caísse no saudosismo, assistimos à intervenção de Jó Bernardo, ativista transexual e fundadora da já extinta AT (associação para o estudo e defesa do direito à identidade de género), que sublinhou a falta de trabalho notório das restantes organizações LGBT, apontando lacunas no apoio que estas prestam. Quer através de questões, quer pelas opiniões soltas, o lugar da pessoa transsexual na sociedade portuguesa e o papel das associações/coletivos no auxílio a estas minorias tornaram-se o tema central da noite.

Houve ainda espaço ao discorrer da deputada Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda, que afirmou ser necessário “falar, trazer estas situações para a rua”, referindo de igual forma a importância da legislação para a proteção da comunidade transsexual e do crescimento da sua qualidade de vida.
Mais tarde, esta foi complementada pela dirigente do PAN, Bebiana Cunha, quando apontou o que o cidadão comum deverá ter em conta para integrar a comunidade transsexual e intersexo.

Ouviu-se igualmente as lamentações que esta sofre no quotidiano, sendo que ainda é largamente discriminada, e descrições do sentimento de medo que continua a envolver cada um(a) destes(as) cidadãos(ãs). Dez anos depois, a memória de Gisberta continua mas, para o painel de oradores, o desconhecimento continua a ser grande e as mudanças pequenas.

 

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