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JORNALISMO PORTUGUÊS PERDEU MANUELA DE AZEVEDO

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Manuela de Azevedo foi uma romancista, poeta, ensaísta e cronista que escreveu, também, peças de teatro, tendo uma delas sido censurada pelo regime Salazarista. Também um artigo escrito pela mesma em 1935 sobre a eutanásia foi alvo de censura. Para além da sua vasta obra literária e jornalística, Manuela de Azavedo marcou a Casa-Memória de Camões, um projeto a que dedicou 40 anos de trabalho.

Atualmente, a jornalista estava a trabalhar num livro com cerca de 200 cartas, segundo informações divulgadas pela direção do Museu Nacional da Imprensa. “É um livro de cartas que ela foi recebendo e enviando ao longo da vida a várias personalidades do mundo das artes, humanidades e política”, explicou o seu afilhado ao jornal Expresso. O trabalho de reunir as cartas vai continuar pelas mãos de Etelvina, sua filha, e Leonel, seu grande amigo. Ainda não há uma data definida para o lançamento do livro mas o objetivo é fazê-lo no dia 31 de Agosto, dia do seu aniversário.

Em 2016, durante os festejos do seu 105º aniversário, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a jornalista foi condecorada com a Ordem da Instrução Pública. No passado foi condecorada pelo Mérito, Liberdade e Luta pela Liberdade em 1995 e 2014, respetivamente. Adelino Lage, afilhado de Manuela de Azevedo, recorda-a como uma mulher dinâmica das letras e da cultura, que nunca deixou de fazer aquilo que gostava.

O corpo da jornalista foi velado sábado, pelas 15h, na Igreja Paroquial da Nossa Senhora dos Anjos e a missa do funeral decorreu hoje. O seu corpo vai ser transportado para o cemitério do Alto de São João onde, por vontade da jornalista, será cremado e as cinzas depositadas no jazigo de família.

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