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O SONHO NUNCA ACABA

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“Trabalhar para a U.Dream é sonhar”

A U.Dream é a primeira empresa júnior social e uma das primeiras organizações desta índole a serem auto-sustentáveis. Conta com 400 sócios e várias empresas, cuja interligação permite esta auto-suntentabilidade. Integra estudantes da UP com menos de 25 anos, num total de 61 membros. Concretiza sonhos de crianças, utilizando as capacidades dos estudantes, que põe em prática tudo o que sabem e vão aprendendo nos seus percursos académicos.

Diogo Cruz, fundador e Presidente da U.Dream, tem 22 anos e é finalista do curso de Gestão da Faculdade de Economia. Diz-nos que, para ele, “trabalhar para a U.Dream é sonhar”.

A ideia de criar este projeto surgiu no ano passado por uma experiência antiga em que esteve em risco de vida e pela sua participação em diversas organizações da FEP, que permitiam a sua realização pessoal.

A U.Dream recebe casos sinalizados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, pelo corpo docente do IPO Porto e pelo Centro RarÍSSIMOS da Maia. O acompanhamento, duas a três vezes por semana, tem um período médio de 3 meses e é feito tanto na fase de internamento, como quando as crianças regressam a casa. O objetivo é brincar, conhecer a criança e os seus gostos, dar um pouco de tempo aos pais e é precisamente desta forma que a equipa “descobre” os sonhos.

Foi assim que a U.Dream conseguiu perceber que Luís, em recuperação de cancro de fígado, tinha como ídolo Ricardo Quaresma, pelo que organizaram um encontro com o jogador. Diogo Cruz, que é padrinho deste rapaz – cada criança é apadrinhada por um U.Dreamer – diz: “O Luís tem 15 anos e não fez nenhum mal ao mundo, é impossível ter feito mal ao mundo e estar a pagar agora com uma doença daquelas”.

Em vez de fazerem angariações de fundos, põem em prática os conhecimentos que têm. Diogo explica-o com um exemplo fácil: “Se o Luís sonhasse em ter uma mota, íamos a uma empresa de motas e fazíamos um plano de rentabilização de negócios, um conjunto de operações e estratégias de otimização e rentabilização empresarial. Em retorno, em vez de nos pagarem, davam-nos a mota. Este é o motor da U.Dream – retorno, sempre retorno”. Assim, continua, garantem que “nunca haja ninguém a dizer que não pode porque não tem dinheiro. Vamos oferecer algo em troca – os nossos serviços”.

Diogo, vencedor do Prémio Cidadania Ativa da UP, diz que a U.Dream lhes dá para além do enorme retorno emocional muito mais: os estudantes de Psicologia, por exemplo, conseguem pôr em prática aquilo que aprendem através do contacto com as crianças, os estudantes de economia fazem projetos semelhantes aos que irão fazer nos seus empregos.

Projetos para o futuro? Fala em muitos. Os “Estágios de Sonho” consistirão em oferecer às empresas a possibilidade de terem um estagiário durante uma parte do verão em troca da realização de um sonho. A “Dream Run“, em outubro, será a primeira corrida universitária solidária. Contam também passar a levar material didático para maximizar o tempo passado com as crianças no sentido de ajudá-las na aprendizagem.

 

Concretizar sonhos é tempo “gasto, não é perdido”

A ideia da Team End surgiu também de uma situação pessoal: Inês Carrola, Presidente da Associação, atualmente com 18 anos e estudante da Universidade do Minho, perdeu no 5º ano uma amiga que sofria de leucemia. A experiência marcou-a e desde os 12 anos que assume o projeto como uma ideia a concretizar. Em 2012, viu o projeto a arrancar e, em 2013, a Team End estabeleceu-se legalmente como associação. Conta atualmente com mais de 30 membros – desde alunos do ensino básico até estudantes universitários.

Entre os objetivos da associação, Clara Megre Lousada, da direção da Team End, também com 18 anos e estudante do ISEP, não deixa esquecer a sensibilização, lembrando que há inúmeras causas e projetos, mas que muitos dos jovens não estão informados. Refere ainda que há “comentários negativos, pois, infelizmente, há algumas associações que não são tão fidedignas. Muita gente nos pergunta ‘Vocês têm 18 anos? Vocês têm mesmo uma associação?'”.

Voluntariado é, para elas, uma mais-valia em termos profissionais, mas nenhuma tem dúvidas de que a sua motivação está nas crianças. O tempo que dedicam à associação é “gasto, não é perdido” e Inês afirma que chegam ao fim do dia de coração cheio.

A Team-End organiza uma Gala de Talentos anual e, para além desde evento, realiza atividades ao longo do ano, bem como angariações de fundos esporádicas, quando sentem essa necessidade para a realização de um sonho.

Partilham que o objetivo é, para além de realizar sonhos, acompanhar continuamente as crianças e os pais, tanto emocional como financeiramente. Dos planos para o futuro dizem querer arranjar uma sede e sonham alto, admitindo que gostavam de criar um campo de férias para crianças doentes. Apontam logo as dificuldades que ainda não conseguem colmatar, como a necessidade de uma equipa médica presente, mas anseiam pôr em prática este sonho.

“Sonhar é difícil ou sonhar é fácil?”. Clara responde com cautela: “Sonhar é fácil, concretizar é difícil”. Já Diogo dispara imediatamente “Sonhar é a coisa mais fácil do mundo!”.

Este estudante, nos seus 22 anos, diz, por fim, que “nós aparecemos porque queremos, porque podemos” e remata afirmando que ver a felicidade que resulta do seu trabalho “é o melhor ordenado do mundo”.

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