Sociedade
CCLGBTI solicita que Ordem dos Psicólogos investigue reportagem da TVI
A reportagem da TVI, emitida a 10 de janeiro, mostrou psicólogos e padres que pretendiam “curar” homossexuais através da conversão. O objetivo do Conselho Consultivo para as Questões LGBTI (CCLGBTI) é que a Ordem dos Psicólogos investigue o assunto, adote medidas para eliminar esse tipo de práticas e que sancione quem as preconiza em contexto clínico.
O CCLGBTI considera que as terapias de conversão “não apresentam qualquer tipo de base científica, e que apenas contrariam a defesa dos direitos humanos e do equilíbrio social”.
Ainda, relembram a posição de investigadores e profissionais das principais organizações de Saúde e Psicologia internacionais, que se prendem como facto de que a homossexualidade não se trata de uma perturbação mental nem implica qualquer tipo de incapacidade. Por essa razão, declaram que a homossexualidade não pode ser associada a qualquer forma de psicopatologia.
Em comunicado de imprensa, o CCLGBTI atribui uma única razão para o tipo de práticas como a conversão: “o estigma social, aliado ao preconceito sobre a homossexualidade”. Adiantam ainda que é esse preconceito que contribui para o sofrimento psicológico e que são “mais do que conhecidas as suas consequências nefastas à saúde mental e ao bem-estar físico, psicológico e social das pessoas LGBTI”.
O dever do Conselho Consultivo para as Questões LGBTI é “zelar pelos interesses e direitos de todos e todas nós” e acreditam que o dever da Ordem dos Psicólogos é “atuar em conformidade de forma a garantir que estes mesmos direitos estejam salvaguardados”. Assim, consideram que as práticas retratadas na reportagem da TVI contribuem de forma negativa para a credibilidade da classe profissional.
Além disso, consideram que as mesmas práticas colocam em causa os “interesses e necessidades dos/as clientes”.