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Sociedade

A vacinação em Portugal até agora

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Ilustração: Rachel Merlino

Durante o debate sobre a renovação do estado de emergência e confinamento, dia 13 de janeiro, o ministro da Administração Interna anunciou que 82 mil pessoas já receberam a primeira dose da vacina BioNTech-Pfizer.

O primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 chegou a Portugal durante a manhã de sábado de 26 de dezembro. As 9.750 doses destinaram-se aos profissionais de saúde dos centros hospitalares do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central. Acordado entre os estados-membros da UE (União Europeia), a vacinação facultativa iniciou-se a 27 de Dezembro. A prioridade foi primeiramente alocada aos profissionais de saúde, mas atualmente a vacinação já está a ser realizada aos lares de idosos.

Portugal espera receber 1,2 milhões de vacinas distribuídas por três chegadas: a primeira, entre dezembro e janeiro, de 312.975 doses, a segunda, em fevereiro, de 429 mil doses e a terceira, em março, de 487 mil doses. 

De acordo com a Ministra da Saúde, Marta Temido, na reunião de segunda-feira do Plano de Vacinação contra a Covid-19, Portugal recebeu, até ao momento, 238.950 vacinas do consórcio BioNTech-Pfizer. Desde o dia 30 de Dezembro, a ministra da saúde referiu que está a ser feita a administração de uma dose extra por frasco (a sexta dose) para melhor aproveitamento das administrações, por indicação do Infarmed e da agência europeia do medicamento. Não houve desperdícios e cumpriu-se todas as regras de segurança e qualidade para a manipulação das fórmulas.

No dia 6 de janeiro, a Comissão Europeia autorizou a comercialização da vacina Moderna na União Europeia. Desta vacina, chegaram quarta-feira, dia 13 de janeiro, o primeiro lote com 8.400 doses, que se destinam aos profissionais de saúde dos hospitais privados que têm colaboração com o SNS na resposta a doentes covid. Semelhantemente à Pfizer, a vacina Moderna também necessita de duas doses da vacina para atingir a imunidade.

Com a renovação do estado de emergência e o confinamento iniciado a 15 de janeiro, o país contabiliza mais de 8.300 mortos em Portugal devido à doença. Mesmo com algumas boas notícias, como o estudo realizado no Hospital de S. João, que revela que 95% dos vacinados já desenvolveram anticorpos, as autoridades de saúde relembram que esta não é altura para descuido e incumprimento das regras sanitárias.

O Plano de Vacinação

O plano de vacinação português encontra-se na primeira fase, que continuará vacinando pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

A partir de Abril, iniciando-se a segunda fase, serão vacinadas as pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 64 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que podem vir ainda ser definidas. E todas as pessoas com mais de 65 anos.

Na terceira fase, em data a determinar, será  a restante população contactada pelo SNS na devida altura. Mas podem ser definidos mais grupos prioritários, consoante a entrega de vacinas. Dentro do plano de vacinação português, o governo criou um simulador para que preencha e fique a conhecer em que altura será chamado pelo SNS para a sua vacinação. 

O ritmo de vacinação que se verifica pela Europa é desigual. A Dinamarca tem a maior taxa de vacinação entre os estados membros da União Europeia. Nestas contas Portugal encontra-se no top 5 de países com uma taxa mais elevada de vacinação. Quanto à França, que foi criticada pelo lento início da vacinação, as suas autoridades de saúde anunciaram que vão aumentar o ritmo do processo, segundo a Euronews

Mas a grande discrepância não se verifica apenas dentro da Europa, a OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que 95% das doses que já foram administradas ao nível mundial concentram-se em apenas dez países. Todos os países que estão a receber vacinas são maioritariamente de alto rendimento ou rendimento médio. Contra esta desigualdade a OMS planeia uma iniciativa global de distribuição justa de vacinas, a Covax, que precisa de angariar mais de 4 milhões de dólares em 2021 para comprar vacinas para países de baixo rendimento.

 

Artigo da autorida de Maria Castro. Revisto por Amanda Ribeiro e Laís França.