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Ministério do Ambiente afirma que Renova não pode impedir acesso à nascente do Rio Almonda

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Desde 1940 que a empresa portuguesa de produtos de papel Renova tem como sede a nascente do Rio Almonda, que utiliza como fonte de recursos hídricos para a atividade das duas fábricas instaladas. 

Em abril, a  Renova lançou nas suas redes sociais um vídeo que causou polémica por entre a população de Torres Novas. Neste vídeo, a nascente do rio é classificada como “Santuário Renova” e são apresentadas imagens e som da paisagem deste local que, desde a última metade do ano passado, se encontra vedado, com acesso interdito ao público em geral. 

Segundo a Renova, a vedação pretende garantir a segurança no local, que é propriedade da empresa, não pondo em perigo os banhistas na zona mais funda da nascente.

Os deputados do Bloco de Esquerda Fabíola Cardoso e Nelson Peralta apresentaram no mesmo mês duas perguntas direcionadas ao Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC) acerca das atividades da fábrica da Renova na nascente do Almonda e a legitimidade da interdição do acesso à paisagem natural.

Em resposta, o Gabinete do Ministro do Ambiente e Ação Climática refere que as duas fábricas estão autorizadas a retirar até 371 500 metros cúbicos de água proveniente do rio Almonda, por mês, com o pagamento de taxas de acordo com os parâmetros legais. Contudo, a empresa não tem autorização para impedir o acesso à nascente do Rio Almonda.

À Agência Lusa, a empresa afirmou que estaria a estudar a possibilidade de organização de visitas e requalificação da zona balnear, garantindo a segurança e num esforço coordenado com a câmara municipal, mantendo o ambiente natural mas, até ao momento, não foi entregue qualquer requerimento à Associação Portuguesa do Ambiente para a realização de obras ou intervenções no local. 

Os moradores têm demonstrado a sua revolta nas redes sociais, em comentários ao vídeo da empresa, acusando-a de tornar a nascente do rio “propriedade privada” sem ter legitimidade para tal. Por entre as críticas, refere-se que a atividade principal da empresa já não se encontra no local e que a interdição é uma forma de marketing e publicidade, onde se associa a empresa com a paisagem natural.

Também na página do Google Maps da Nascente do Almonda, vários turistas classificam a beleza da paisagem natural do local mas tecem críticas à manutenção, acumulação de lixo e à vedação erguida pela Renova num local com potencial turístico e recreativo, sem investimento na requalificação. Alguns comentários referem também que os acessos à propriedade pública são condicionados, por estarem impedidos pelas fábricas da Renova.

 

 Escrito por: Maria Amaro. Revisão por: Inês Santos 

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