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Sociedade

Síndrome de Down tem agora maior representatividade no mundo da moda

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Fonte: Instagram Beth Matthews

 

Os padrões de beleza, assim como os ditos corpos ideais, sempre foram voláteis de cultura para cultura. Se, por um lado, os egípcios idolatravam uma mulher com uma figura estreita e um rosto simétrico, por outro lado na época do Renascimento Italiano desejava-se uma mulher com ancas largas e pele clara. As mulheres deviam refletir na perfeição os valores e virtudes defendidos por cada nação, elevando-a aos olhos das restantes.

No entanto, a cultura não é o único fator influenciador da definição de beleza. O passar dos anos tem tido uma forte palavra a dizer nas feições e proporções que são socialmente aceitáveis. Os áureos anos 90 tornaram como sonho a alcançar uma mulher extremamente magra, andrógena e de pele quase translúcida, sendo Kate Moss o expoente máximo deste padrão. Trinta anos depois, as redes sociais enchem-se de mulheres com curvas “nos sítios certos”, barriga lisa e pele morena.

Evolução dos padrões de beleza. Fonte: site boredpanda

Todas estas múltiplas e constantes mudanças daquilo que o aspeto ideal de uma mulher deve ser, têm levado sobretudo nos últimos anos a uma obsessão e busca pelo corpo perfeito.

Estando a sociedade cada vez mais consciente e alerta para os perigos que esta realidade pode representar, sobretudo para os mais jovens, uma onda de revolução tem assolado o mundo da moda. Atualmente, raras são as marcas que não utilizam modelos de diferentes raças, etnias, peso e com traços únicos e distintos, fora dos ditos padrões.

“A revolução da inclusão está finalmente a acontecer e estou muito feliz que a minha filha seja parte disso.” Estas orgulhosas declarações foram feitas à BBC pela mãe de Beth Matthews, a mais recente agenciada pela Zebedee. Beth é uma britânica de 22 anos portadora de Síndrome de Down que começou por tirar as suas primeiras fotografias em casa. Não tendo desde sempre considerado a moda como uma hipótese, a jovem tentou a sua sorte ao saber de uma agência que tinha especial interesse em indivíduos com necessidades especiais. A promotora feminina da Zebedee, Ella Singleton-Redmond, ficou imediatamente rendida à beleza e talento natural de Beth e daí à assinatura do contrato foi um pequeno passo. De acordo com Ella:

“20% cento da população vive com diferenças, sejam elas visíveis ou invisíveis, então precisamos de as representar na publicidade que fazemos. As pessoas estão a consciencializar-se disso e a mudar, e o nosso objetivo é garantir que todos os media representem a população.”

Beth assinou pela mesma agência que Ellie Goldstein, mulher também com Síndrome de Down, que já representou marcas como a Gucci. Ainda recentemente, a Victoria’s Secret contratou também a sua primeira modelo com esta doença -Sofia Jirau. Caminhando a passos largos na direção da inclusividade como normalidade.

Beth e a sua mãe, Fiona. Fonte: site da BBC

 

Artigo por Amália Cunha

Revisto por Inês Santos

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