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Primeira mulher curada do vírus do VIH

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SIDA e VIH- o que são?

De acordo com o SNS, Serviço Nacional de Saúde, o VIH é o vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA. O vírus ataca e destrói o sistema imunitário do nosso organismo, isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem de doenças.

Por outro lado, SIDA significa síndrome de imunodeficiência adquirida. Isto é, trata-se de um conjunto de sinais e de sintomas que aparecem pela deficiência do sistema imunitário, que vai ficando com menos capacidade de resposta ao longo da evolução da doença. Pode surgir após a infeção por VIH.

O SNS reitera que “importa realçar que estar infetado com VIH não é o mesmo que ter SIDA. As pessoas que estão infetadas com VIH são seropositivas, e podem ou não desenvolver SIDA.”

Contexto histórico

Embora o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), causador da SIDA (síndrome de imunodeficiência adquirida), tenha sido descoberto nos anos 80, os cientistas acreditam que a sua origem remonta há sensivelmente uma centena de anos. É, então, aceite na comunidade científica que o VIH derivou de um vírus específico dos chimpanzés na África Ocidental, nos anos 30. Transmitido aos humanos através de transferências de sangue nas atividades de caça, o vírus foi-se espalhando pelo seu continente de origem e pelo resto do mundo.

Cinquenta anos depois, em 1981, os Estados Unidos da América começaram a registar um raro e elevado número de derivações de pneumonia e cancro em jovens homens homossexuais. A doença foi, assim, apelidada de Gay-Related Immune Deficiency (GRID), preconceito que ainda perdura até aos dias de hoje. Logo na primeira metade da década, a doença foi renomeada para o atual VIH e foi descoberto que também as mulheres a poderiam contrair.

Após vários anos de investigação com o objetivo de se desenvolverem tratamentos, a SIDA é tida como uma doença que pode ser tratada, mas que não tem cura.

Atualmente, estima-se que cerca de 38 milhões de pessoas sejam portadores deste vírus sexualmente transmissível.

Tratamento inovador

Em virtude de uma nova técnica de tratamento, uma paciente norte-americana contrariou as estatísticas e foi dada como curada. A mulher, diagnosticada com SIDA em 2013, é também portadora de leucemia. Ao invés da utilização de células estaminais, foi utilizado sangue do cordão umbilical, existente em maior quantidade. Além do mais, há uma maior probabilidade de se encontrar um dador compatível de sangue do que de medula óssea. De modo a estimular o sistema imunológico, a mulher também recebeu transfusões de sangue de um familiar durante seis semanas.

“O facto de ser mestiça e de ser uma mulher é importante cientificamente” afirmou Steven Deeks, especialista da Universidade da Califórnia.

Este caso de sucesso fez desta paciente de Nova Iorque a primeira mulher, e a terceira pessoa no mundo, a ser curada do vírus do VIH. Timothy Ray Brown e Adam Castillejo foram os outros dois afortunados e ambos receberam transplantes de medula óssea de dadores com uma mutação de bloqueio do vírus da SIDA. Para além de SIDA, todos estes três doentes tinham alguma variante de cancro e o tratamento que receberam não tinha como foco principal curar o VIH.

O novo tratamento relacionado ao sangue do cordão umbilical e o seu caso de sucesso foram apresentados numa conferência médica em Denver, em meados de fevereiro. É a primeira vez que se sabe que este método foi utilizado como cura funcional para o Vírus da Imunodeficiência Humana.

Apesar de ser um caso que gerou uma onda de otimismo, este tratamento pode não ser viável para todo o tipo de doentes. Alguns especialistas já alertaram para o facto deste procedimento ser demasiado arriscado para a maioria dos portadores do VIH. A principal esperança da cura continua focada numa vacina ou em medicamentos que consigam expulsar o vírus do corpo. No entanto, um caso de sucesso é sempre motivo de celebração e de acordo com Sharon Lewin, presidente da International Aids Society:

“O caso confirma que a cura para o VIH é possível e fortalece ainda mais a utilização da terapia genética como uma estratégia viável para a cura do VIH.”

 

Escrito por Amália Cunha.

Revisão por Beatriz Oliveira.

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