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Acesso a crédito à habitação será mais difícil para os portugueses

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Créditos: jcomp

 

Segundo o comunicado do Banco de Portugal  “A maturidade máxima destes créditos deve ser de 40 anos, para mutuários com idade inferior ou igual a 30 anos. De 37 anos de prazo para mutuários com idade superior a 30 anos e inferior ou igual a 35 anos, e uma maturidade de 35 anos, para mutuários com idade superior a 35 anos”.

Em dezembro de 2021, a maturidade média dos novos contratos de crédito à habitação estava em 32,6. Estas alterações de prazos têm como objetivo a convergência deste indicador para os 30 anos. Esta situação não se revela favorável aos portugueses, pois com menos tempo para pagar o empréstimo as prestações mensais aumentarão.

Assim, o acesso dos portugueses ao crédito complica-se e a  percentagem de financiamento do imóvel também não está favorável à compra de casa. Se em dezembro de 2019 o financiamento para aquisição de habitação ainda estava nos 94% do valor do imóvel, atualmente não ultrapassa os 90%.

A compra de casa por parte dos jovens portugueses

Apesar dos maiores de 35 anos passarem a ter um acesso mais dificultado ao crédito à habitação, os (ainda) mais jovens também não estão numa situação favorável à compra da primeira casa. Segundo um estudo da Calouste Gulbenkian de 2020, só 24% dos jovens abaixo dos 30 anos têm casa própria.

Em declarações à SIC Notícias, no passado dia sete de março, economista Nuno Rico afirma que os jovens compram casa cada vez mais tarde. A esse respeito, alega que “Hoje em dia temos uma população jovem muito mais qualificada do que tínhamos há uns anos, mas isso não se traduziu numa subida muito significativa dos salários“.

Desta forma, o especialista aponta os rendimentos baixos como um fator explicativo da compra tardia de casa, por parte dos jovens portugueses. A esse fator, Nuno Rico soma a especulação imobiliária, o facto da generalidade dos jovens ter vínculos laborais instáveis e as novas alterações aos prazos dos créditos à habitação.

 

Artigo de Laura Costa

Revisão de Inês Santos

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