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Aluna da Faculdade de Letras da UP denuncia professor por abuso sexual

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Fonte: LinkedIn da Faculdade de Letras da Universidade do Porto https://es.linkedin.com/company/faculdade-de-letras-da-universidade-do-porto

Segundo o Jornal Público, Fernanda Ribeiro, atual diretora da FLUP, afirma ter aberto um inquérito administrativo após ter sido feita uma queixa-crime. O crime foi participado numa esquadra da PSP na noite de quinta-feira, dia 21 de Abril, tendo mais tarde sido solicitada intervenção por parte da faculdade no dia 27 de Abril.

De acordo com a aluna, os abusos tiveram início em setembro de 2021 quando pediu apoio ao professor para um trabalho. Os encontros, impostos pelo docente continuaram de forma regular ao longo de vários meses.

Ficámos um pouco a falar. Disse-me que eu era bonita e outras coisas inapropriadas para um professor dizer a uma aluna. Colocou a mão em cima das minhas pernas, acariciou-me o busto, tocou-me nos seios. Fiquei petrificada“, contou a estudante ao “Público”.

A jovem explica que o professor disse que “tinha poder” para prejudicar as suas notas e “podia fazer com que fosse expulsa da faculdade e que, por isso, fez aquilo que ele pediu.

A estudante engravidou em fevereiro e, ao informar o professor, foi confrontada com comportamentos violentos, tendo o mesmo, pela primeira vez, empurrado a vítima, que caiu. Em Março do mesmo ano, a aluna sofreu um aborto espontâneo, o que fez com que a situação chegasse ao fim.

A aluna internacional terá sofrido uma forte depressão na adolescência, a qual foi agravada pelas ocorrências.  O conhecimento dos casos de assédio da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, levou-a a contar a sua história. Afirma, ainda, que não o fez antes por considerar que a sua versão não seria ouvida e iriam pensar que seduziu o professor como forma de ter melhores notas.

Defesa do professor

O advogado Augusto Ínsua Pereira, defensor do docente, nega que este tenha cometido o crime, explicando tratar-se de “uma mentira medonha” e que “não houve qualquer abuso sexual. Avançou ainda que o professor gostaria de ter uma audiência com as  autoridades “o mais depressa possível” pois “trata-se de uma pessoa que tem uma família e uma carreira e que se vê a braços com uma acusação que pode alterar significativamente a sua vida“.

Fernanda Ribeiro esclareceu não existirem à data queixas contra o professor. Foi comprovado também por Anthéa Fernandes,  presidente da associação de estudantes da FLUP, que diz não ter  também não ter conhecimento de outras queixas desta natureza.

A jovem anulou a matrícula na FLUP e planeia sair de Portugal, procurando continuar o tratamento e retomar os estudos.

Carlos Costa, provedor do aluno da Universidade do Porto e ex-reitor da Faculdade de Engenharia, afirma que cerca de 20% das queixas que recebe envolvem professores e todas as outras são questões administrativas-pedagógicas. Mencionou ainda, em entrevista ao Expresso, que lhe chegaram duas situações de assédio (uma moral e outra sexual) mas que nenhuma avançou para queixa. “Coisas concretas em seis anos foram zero. E a realidade não é certamente zero”, afirma o professor considera que o assédio sempre existiu nas faculdades.

Artigo de Maria Andrade
Revisão de Carina Seabra

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