Ciência e Saúde

Coreia do Norte anuncia os primeiros casos de COVID-19 no país

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Dois anos após o início da pandemia, membros do governo norte-coreano anunciaram contágios da variante Omicron no país. O número exato de casos não foi revelado, mas a primeira morte foi reportada a 13 de maio, um dia depois do anúncio dos primeiros casos. Segundo a agência estatal KCNA, as autoridades sanitárias do país afirmaram que vão “encerrar totalmente os seus territórios” e que vão operar em “emergência máxima”.

Lim Eul-Chul, professor de estudos norte-coreanos da Universidade de Kyungham, na Coreia do Sul, alertou em declarações à Reuters que “dada a circunstância de a vacinação ser muito reduzida e de a capacidade de testagem e de a infra-estrutura de saúde pública serem fracas, em comparação com a China – para além da falta de unidades de cuidados intensivos –, existe potencial para imensas mortes.”

Além das mortes causadas pelo vírus, o país asiático está em risco de ter milhares de vítimas devido à situação alimentar precária, causada pela crise económica e o encerramento das fronteiras.

Quando o mundo inteiro teve surtos de COVID-19, a Coreia do Norte afirmou que o governo conseguiu controlar a pandemia ao fechar a fronteira, no início de janeiro de 2020. O regime de Kim Jong-Um rejeitou ofertas de vacinas AstraZeneca e Sinovac por parte da comunidade internacional, em 2021.

Apesar do que foi reportado pelo governo norte-coreano, especialistas suspeitam que a Coreia do Sul já foi afetada pela pandemia em anos anteriores. Tal deve-se a medidas previamente implementadas no país, como o uso obrigatório de máscara. O professor Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha, em Seul, declarou à France-Presse que “para Pyongyang estar a admitir publicamente casos de Ómicron, a situação da saúde pública deve ser grave.”

O governo da Coreia do Sul afirma já ter oferecido ajuda humanitária ao regime norte-coreano, mas Pyongyang ainda não deu resposta.

Artigo de Natalia Vásquez

Revisão de Inês Santos e Maria Teresa Martins

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