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“Quintas-feiras mágicas”: projeto solidário com os sem-abrigo do Porto

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Se costumava ser incomum encontrar alguém a cortar o cabelo na rua, agora já não o é…Pelo menos no Porto e às quintas feiras. Dominick Donk é barbeiro profissional e, todas as semanas, conta com a ajuda da sua equipa para proporcionar um momento de cuidado pessoal e  alegria aos sem-abrigo da Invicta. No entanto, não são só máquinas de barbear, tesouras e pentes que levam nas carrinhas, que carregam ao final do dia, depois do trabalho. Antes de transformar a Praça da Batalha numa barbearia ao ar livre, os colaboradores distribuem uma refeição quente, promovendo o convívio através da música, dança e conversas.

Há 10 anos, Dominick Donk chegou a Portugal. Oriundo  de Cabo-Verde, de onde trouxe a paixão pela arte de cortar cabelo, foi em Portugal que aperfeiçoou o seu trabalho , tendo já aberto duas barbearias, uma no Porto e outra em Vila Nova de Gaia. O negócio tem sido um sucesso, como avança a SIC, explicando que recebe figuras como Ricardo Quaresma e Gilmário Vemba.  O autor do projeto solidário descreve o que acontece nas noites de quinta-feira  como magia. Por isso mesmo, apelidou a iniciativa de “Quintas-feiras mágicas“, que, à SIC, descreve como “um momento de partilha“, acrescentando “Nós viemos aqui entregar alegria e tranquilidade, que nós também recebemos, porque eles nos enchem de carinho, nos enchem de amo.

 

 

A SIC acompanhou uma destas atividades. Entre dança e fatias de bolo de chocolate, barbas e cabelos vão sendo aparados. Enquanto lhe arranjam o cabelo, uma das abrangidas pelo projeto confessa que, nos 3 anos em que a rua fora a sua casa, “nunca ninguém nos ajudou como eles nos estão a ajudar neste momento“.

 

A equipa que acompanha o cabo-verdiano, seja entre quatro paredes, ou a céu aberto, conta com jovens de várias nacionalidades: portuguesa, brasileira, colombiana, cabo-verdiana, peruana e principense num momento que é, também, de partilha, já que os profissionais sentem que não estão apenas a dar, mas também a receber. Apesar de ser Dominick o autor da ideia, aos integrantes do projeto, em conversa com a SIC, não faltaram as palavras para descrever o ambiente que se vive naquelas noites: “É sentir aquele aconchego que qualquer ser humano necessita para viver. Tem de ter alegria, tem de ter carinho, tem de ter aconchego…É isso que trazemos para aqui também.” Angel Garcia, colaborador do projeto, indica que  “As pessoas transmitem-nos muito boas vibrações, e eu gosto disso. Fico feliz.” , comparando o sentimento com aquele sentido no Peru, país de origem, onde já exercia a profissão.

 

Escrito por Ana Francisca Maio

Revisão por Carina Seabra

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