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“Russificação” nas escolas da Ucrânia

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Cidades como Mariupol ou Donetsk recebem um novo plano de estudos para as escolas no ano letivo de 2022/2023: todos os manuais escolares e aulas serão em russo.

Em junho, o Ministro da Educação russo, Sergey Kravtsov, anunciou que os professores ucranianos das regiões ocupadas teriam de assinar um documento que comprovava a sua vontade em mudar o plano de estudos que estava em vigor.

No início do verão, o Kremlin começou então a enviar os primeiros manuais escolares, para que os docentes se preparassem para o novo ano letivo. Nas últimas semanas de agosto, têm-se introduzido novas disciplinas, como Educação Cívica e Cidadania (no 10º ano), onde se lecionam tópicos como Segurança em Locais Públicos.

A partir de agora, as aulas são todas lecionadas em língua russa, e as disciplinas de História, Geografia e Literatura dizem respeito à Rússia. Os professores são, em alguns casos, ucranianos, mas também há voluntários da Federação Russa, que vêm servir “uma boa causa” e combater a falta de professores, que “é um problema”, como afirma o primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Vitaliy Khotsenko. Acrescenta que muitos destes professores russos são jovens, e que poderão constituir família e habitar permanentemente na Ucrânia.

Embora o regresso às aulas esteja agendado, grande parte dos estabelecimentos de ensino nas cidades em causa encontram-se ainda em destroços. A CNN Portugal mostra um mural numa escola em Mariupol que exibe uma pintura de um soldado russo com uma criança ao colo, a esmagar um ucraniano.

A guerra continua na Ucrânia, mas as aulas também prosseguem, desta vez em moldes diferentes, com uma transformação do ensino nas áreas já “russificadas”.

 

Escrito por Carolina Bastos

Revisão por Beatriz Oliveira

Fotos por Bárbara Pedrosa

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