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Ciência e Saúde

Falta de especialistas gera crise no SNS

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Fonte: Diogo Bom

A crise do SNS: como tudo começou

A crise do SNS começou quando muitos profissionais de saúde que faziam parte das urgências saíram do SNS ou foram para a reforma, o que fez com que esta crise se agravasse nestes últimos anos. Além disso, a desvalorização das carreiras dos médicos incentivou a “fuga” de médicos” para o setor privado ou para outros países do globo.

 Os técnicos de saúde que se encontrem em idade avançada poderão optar por não fazer trabalhos noturnos ou  urgências, o que também tem um impacto no serviço. 

Quais são as causas da crise de obstetrícia?

Na área da obstetrícia, a falta de especialistas é o principal desafio. 

Segundo o colégio de especialidade da Ordem dos Médicos, entre 2023-2035, o envelhecimento dos profissionais da  área será significativo, estimando-se que mais de 350 profissionais irão para a reforma.  Assim,  o SNS necessita de, no mínimo ,200  especialistas, particularmente nas regiões do Alentejo, Algarve, Lisboa e Vale do Tejo, que são as mais afetadas.

Qual foi a solução do Governo perante a crise da obstetrícia e do SNS?

Perante a crise do SNS, o Governo fez um pagamento excêntrico aos profissionais nas urgências, entre 50 e 70 euros, mas que, em alguns casos,  foi até aos 90 euros.

No caso da crise de obstetrícia, o Ministério da Saúde criou a comissão de acompanhamento da resposta de urgência em obstetrícia e dos blocos de partos, coordenado por Diogo Ayres Campos.

A Comissão

A comissão, conforme indica o Jornal de Notícias, foi criada pelo Ministério da Saúde de forma a resolver a crise da obstetrícia e das unidades de maternidade. É constituída por seis elementos:

  • Manuel Ferreira, eleito para constituir o grupo técnico e por fazer a revisão da Rede de Referenciação Hospitalar de Saúde Materna e Infantil e Diogo Ayres Campos, o coordenador da comissão;
  • No norte do país, José Furtado coordena a Administração Regional de Saúde do Norte e, no centro do país, Ana Areia que ordena a Administração Regional de Saúde do Centro;
  • Nas áreas de Lisboa e Vale do Tejo, Fernando Jorge de Abreu administra a área regional de Lisboa e Vale do Tejo;
  • Na região do Alentejo e do Algarve, Fernando Fernandes e Fernando Guerreiro, articulam a Administração Regional de Saúde do Alentejo e Administração Regional de Saúde do Algarve, respetivamente.

Devido à crise de obstetrícia, Diogo Campos enviou um documento ao funcionário executivo do primeiro- ministro, António Costa, para que pudessetomar as decisões que entendesse sobre esta matéria.Sugeriu, ainda,  algumas soluções, nomeadamente a contratação de mais especialistas para o SNS,  melhoria dos salários, e redução do número de médicos nas urgências.

Além disso, a comissão já pôs em prática algumas medidas, como é o caso da rede de referenciação, a comissão está a “definir para cada tipo de hospital o número de especialistas, juntamente com o número de enfermeiros especialistas e não especialistas, de acordo com o número de nascimentos“.

Futuro do SNS e da obstetrícia

 

Durante o mês de outubro, de acordo com a CNN Portugal, as medidas que foram comunicadas pelo governo, não resolveram a crise da obstetrícia. O coordenador da comissão argumenta que será necessário fechar algumas maternidades e criar uma “concentração de serviços”. 

Até ao final do ano, as maternidades não vão encerrar, porém, esta realidade poderá ser alterada já no próximo ano. 

A Comissão está a causar inquietação à população, pois Miguel Guimarães, o bastonário da Ordem dos Médicos, revela que a Ordem não teve acesso às propostas da Comissão e que o coordenador da Comissão “deve ser “questionado”, porque isto não é um “bom serviço público que se está a prestar”, como indicado ao Observador. 

Diogo Campos revela que as propostas já foram entregues ao Governo e ao Ministro da Saúde poderão ser conhecidas em  três semanas. O Ministro da Saúde adiantou que “o trabalho ainda está “numa fase embrionária”. Além disso, insiste que  “a nossa preocupação é garantir a absoluta previsibilidade e segurança na saúde materno-infantil”, conforme o Jornal de Notícias.    

Texto Por: Catarina Almeida
Revisão por: Carina Seabra